Então você decidiu apostar no empreendedorismo e investir em seu próprio negócio. Parece tudo tão fácil, mas, ao mesmo tempo, tudo tão difícil, não é mesmo? Se você andou estudando e lendo sobre o assunto ultimamente, deve ter se deparado com uma série de novos termos e conceitos que, de certa forma, são simultaneamente empolgantes e assustadores.
Antes de começar a se preocupar com as definições do método Benchmarketing, que busca por ideias inovadoras e procedimentos eficazes para otimizar o desempenho de seus negócios, ou com o significado da Comunicação Integrada de Marketing, que trabalha no planejamento abrangente de suas estratégias de ação em diálogo, deve, primeiro, dar uma olhada no artigo principal. O espelho.
Exatamente! Talvez você esteja se esquecendo de analisar e revisar suas próprias atitudes frente ao mercado de trabalho. Mais importante do que traçar metas, planos e técnicas para alcançar seus objetivos, é se lembrar de que você é seu próprio e principal cartão de visita. Desta forma, ninguém poderá te representar melhor do que você mesmo e, por isso, é de extrema importância que saiba como se comportar e apresentar dentro do universo corporativo.
Nem todos sabem desenvolver seu potencial
Um panorama comum, sobretudo entre os recém-formados e profissionais com pouca experiência, é a falta de habilidade em desenvolver todas as suas capacidades e competências. É neste cenário que surgem empresas especializadas em trabalhar na elaboração de conteúdos no intuito de abranger a valorização do capital humano. É o que denominamos Marketing Pessoal.
Este setor já está em desenvolvimento há certo tempo e, portanto, não é bem o que podemos chamar de “novidade”. Entretanto, é alto o número de indivíduos que sequer ouviram falar do assunto, por mais que ele, provavelmente, já faça parte de seu cotidiano. Dentro de uma empresa, por exemplo, existem funcionários que desempenham a mesma função ou cargos bastante parecidos. Até que, em determinado momento, um deles ganha uma promoção, um aumento e passa a servir de referência. Em contrapartida, o outro empregado acaba sendo desvalorizado e não tem o devido reconhecimento. O problema neste caso, salvo exceções, é a falta de marketing pessoal.
Este mercado trabalha com a promoção de pessoas no que se refere a sua carreira. Desta forma, o profissional passa a ser notado e apreciado por suas qualidades. Em todo caso, não confunda o marketing pessoal com ser um “puxa-saco”. A não ser em situações antiéticas, ninguém gosta de gente assim. O modo de um colaborador crescer e aparecer precisa ser positivo e não à base de bajulações.
O marketing pessoal no cenário mercadológico atual
Um exemplo de profissional em exercício nesta área é Carolina Zacharczuk. Formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade de Taubaté (Unitau), em 2010, ela trabalha na Unique MKT Pessoal, uma empresa especializada que elabora workshops, trabalhos individuais com executivos e ações dentro de empresas voltadas ao marketing pessoal. Foi por tal razão que Carolina foi convidada a palestrar na quarta edição do Congresso Internacional de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento (Cicted).
Trazendo o tema “Descobrindo sua marca pessoal”, o debate atraiu estudantes e profissionais de diversas áreas para tratar de questões como a boa elaboração de um currículo, cuidados em redes sociais, melhores táticas no momento de escrever um e-mail corporativo e regras comportamentais, como a chamada “netiqueta”, algo como “normas de etiqueta para a internet”. “O cenário econômico no Brasil não está muito motivador, no entanto o marketing pessoal caminha contra essa direção, uma vez que as pessoas percebem que necessitam de mecanismos para se destacarem no mercado organizacional”, analisa Carolina.
As propostas do marketing pessoal são bem-vindas em momentos específicos, como durante entrevistas de emprego. Numa ocasião como esta, a profissional orienta a não buscar conhecimentos superficiais na web, pois, assim, o candidato apenas estaria criando “perfis pré-estabelecidos”. É necessário buscar o marketing pessoal para evidenciar o potencial e transformar aspectos negativos em oportunidades. “Uma pessoa sem preparo, responde perguntas com fórmulas prontas, tais como: ‘sou pró-ativo’, ou ainda, ‘sou muito perfeccionista’, o que não lhe garante vantagem competitiva pela similaridade da resposta com a de outros candidatos”, aponta a palestrante.
Outra indicação de Carolina é não mentir e, se necessário, omitir detalhes desnecessários. Se por acaso a vaga oferecida pelo empregador requisitar inglês avançado, porém o concorrente tem apenas o básico, é mais vantajoso não incluir a informação no currículo. Todavia, se o aspecto for questionado durante a entrevista, sempre dizer a verdade. É interessante que o pretendente à vaga não seja prolixo e dê respostas curtas, de, no máximo, um minuto. Cuidados com o palavreado e roupas adequadas são quesitos que, praticamente, já fazem parte do senso comum.
Um dos destaques do evento ocorreu no momento em que a palestrante abriu espaço para o público fazer perguntas. Uma universitária presente no local abordou Carolina acerca de uma situação que viveu, em que, juntamente a uma amiga, concorreu a uma vaga. Durante a entrevista, o empregador perguntou o que a garota pensava sobre sua adversária, questão a qual respondeu elogiando a colega enquanto profissional. Deixando a seleção, a candidata temeu perder a oportunidade por ter feito com que o entrevistador gostasse mais da outra concorrente do que dela. Frente a isto, a especialista rebateu com uma frase atribuída ao psicanalista Sigmund Freud: “Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo”. Ou seja, quando falamos dos outros, revelamos mais sobre nós mesmos a partir daquilo que identificamos nas pessoas.
“Todos nós somos a união de fatos que construíram nossa vida. Como profissional, também busco trabalhar meu marketing pessoal e, muitas vezes, compartilho minhas próprias experiências, a fim de tornar acessível o conteúdo que desenvolvo, fugindo da esfera teórica e lúdica”, reflete Carolina.